O filme "Zeitgeist"

sábado, 14 de maio de 2016
"Aldous Huxley traduziu tudo isso na linguagem de nosso século com estas palavras: 'Dê-me televisão e hambúrguer e não me venha com sermões sobre liberdade e responsabilidade.'"  -  Giovanni Reale  -  O saber dos antigos

Zeigeist é palavra de origem alemã e quer dizer "espírito do tempo"; a mentalidade que impera em determinada cultura em certo período histórico. O Termo foi empregado pelo filósofo Georg F. Hegel em sua obra Filosofia da História.

Filme: ZEIGEIST
Direção: Peter Joseph (pseudônimo de James Cayman)
Tema: documentário sobre teorias da conspiração
País: Estados Unidos, 2007
Duração: 110 minutos aproximadamente
Na web: https://www.youtube.com/watch?v=5R_Vm2wCQj4

Resenha do filme:
O filme é dividido em três partes, cada uma procurando denunciar uma tentativa de manipulação das pessoas. Em sua primeira parte, intitulada “A maior história já contada”, o filme faz uma crítica radical a todas as religiões, apresentando cenas que associa a guerra às religiões. Em seguida o filme se concentra em uma crítica do cristianismo. Através de uma série de dados, compara as religiões que existiam na bacia do Mediterrâneo pouco antes do aparecimento do cristianismo. Todas as religiões apresentam aspectos em comum, como:
- A divindade nasce de uma virgem;
- A divindade participa da luta entre o bem e o mal;
- Morte e descida aos infernos;
- Ressurreição da divindade.
O filme compara divindades como Krishna, Mitra, Jesus, estabelecendo paralelos entre as religiões.
Em seguida, o filme procura explicar as origens astronômico-astrológicas destas crenças, baseada em uma conjugação astrológica da estrela Sirius e a Constelação de Órion (as Três Marias, os Três Reis Magos). Compara estas informações com crenças do Antigo Egito e o conceito astrológico de “Eras” (Era de Touro, Era de Peixes, Era de Aquário, etc). O filme argumenta que a existência histórica de Jesus é discutível e que o cristianismo é muito mais o resultado de uma elaboração filosófico-teológica, realizada ao longo do 1º e do 2º séculos e estruturada pelos primeiros Concílios, principalmente o de Nicéia, 325 a.D.
Em sua segunda parte, intitulada “O mundo todo é umpalco”, o filme apresenta uma versão bastante particular do ataque às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2009. Segundo o filme, o ataque às torres e ao prédio do Pentágono é um golpe do governo americano e das forças que dominam o país, para poderem impor ao povo americano um regime menos democrático, com menos liberdade.
A terceira parte do filme, cujo título é “Não te preocupes com os homens atrás das cortinas”, trata do poder da imprensa e da propaganda, principalmente da TV americana e dos bancos. Nesta parte o filme apresenta vários exemplos - não contados pela história oficial – de como os EUA forma levados a diversas guerras, levados pela propaganda. A participação em guerras correspondia aos interesses das elites (imprensa, banqueiros, industriais) que só tinham a ganhar com os conflitos.
O file conclui que forças dominadoras tentam, através da religião, da propaganda e da educação, imbecilizar o povo americano e levá-lo a servir de instrumento aos interesses das elites.
Comentário:
Apesar de apresentar algumas informações e interpretações discutíveis, o filme ”Zeitgeist” representa uma crítica e um alerta contra o domínio exercido pelo Estado. Não por acaso que durante o filme várias vezes é feito referência ao “Grande Irmão”, a representação do governo autocrata no romance “1984” de George Orwell. Trata-se, em suma, de uma crítica ao poder, exercido pela Religião, Estado, Propaganda e Educação. 
(Imagens: fotografias de colaboracionistas de guerra de Robert Capa)

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